quinta-feira, março 31, 2011

(Re)aprender a estar

Estar. Uma habilidade natural, com a qual todos os seres humanos nascem.

Mas que uma boa parte de nós perde ao longo da vida…

Na minha busca para reencontrar esta habilidade, encontrei no livro “Aprenda a meditar” de David Fontana, algumas orientações valiosas.

Mas nada como a citação de algumas das passagens que mais me chamaram a atenção para espelhar o que me vai na alma.

“Calma e Silêncio. (…) Vivemos num mundo tão poluído pelo ruído como pelos resíduos tóxicos. Raramente conseguimos ouvir sem entraves os sons do mundo natural. A forma moderna de viver separa-nos das nossas raízes. Ao longo dos séculos da nossa existência neste planeta, evoluímos em constante contacto com um silêncio dentro do qual os sons do vento, da água, da chuva e do canto das aves tocam, de tempos a tempos, como num vasto anfiteatro. Só nos últimos cerca de 200 anos renunciámos aos sons naturais a favor do ruído artificial das máquinas, que não oferecem beleza nem harmonia à mente e ao espírito.

As grandes tradições sempre nos aconselharam a voltarmos, de vez em quando, ao mundo natural, caso pretendêssemos aumentar a nossa força e compreensão interiores. Alertam-nos, até mesmo, para o facto de evitarmos a tagarelice inútil (…)

Uma boa parte de nós tem receio do silêncio e anseia por enchê-lo de som. (…) No entanto, a experiência do silêncio é tão necessária para a nossa saúde física e psicológica como a experiência da comunicação aberta, honesta e estimulante. (…) O silêncio faz parte dos nossos direitos adquiridos com o nascimento (…)

Ainda acerca do estar, aliado à identidade e à consciência do ser:

“ (…) sempre que meditamos tornamo-nos conscientes de que, embora tenhamos (…) pensamentos e sentimentos, eles não são quem nós somos. (…) A verdadeira identidade está para além destas experiências transitórias.”

“Tudo o que temos é o instante de cada momento presente. As preocupações com o futuro e a inquietação exagerada com o passado são consideradas distracções artificiais da experiência directa da vida.”

“(…) a meditação produz uma perda do significado que habitualmente atribuímos à identidade pessoal – de facto coloca-nos perante esse significado mais alargado do Eu, o qual sai da sua condição de coisa interna para abraçar a totalidade da criação e com a convicção de que o amor universal sustenta e une todas as coisas.”

domingo, março 20, 2011

Satisfação bio-poética

No início de Fevereiro fui a um curso de Horta Biológica.
O formador ofereceu-nos, no final, algumas hortículas, que eu coloquei numa floreira na varanda, ao pé das minhas bonsai.

Entre elas estavam duas alfaces.

Hoje provei a primeira.
Dá algum trabalho, leva tempo e o que rende, em "regime de varanda" deixa, obviamente, a desejar.
(Pelo menos, por enquanto...)

A dita alface era pequenina, mas a satisfação foi imensa!

Desde o "berço" até pronta para o prato, aqui fica a poética mas gratificante viagem da minha primeira hortícula biológica: