Um dos meus horizontes é a assertividade.
Quando não se impõe, por fatores externos ou interiores, o
silêncio (que também pode ser um sinal de assertividade), acho que devemos
expressar a nossa opinião, sem com isso nos impormos nem, obviamente, ofender
ninguém intencionalmente.
Esta expressão é tanto um direito como um dever de cada um
de nós, enquanto cidadãos do mundo. E um dever acima de tudo porque, a
expressão de opiniões, quando feita de uma forma consciente, fundamentada e
assertiva, contribui quer para uma discussão saudável, quer para possíveis
reflexões individuais. Coisas que, infelizmente, escasseiam nestes nossos dias
de hoje...
Esta minha reflexão foi despoletada por um artigo escrito
por Trina (“Why I Quit My Yoga Class”) partilhado na página do facebook do
blogue da Rita (“The Busy Woman and the Stripy Cat”). Pelo artigo em si e pelos
comentários que despoletou.
Considero-me uma
praticante “superficial” de yoga, com alguns conhecimentos (muito básicos); sou
proveniente de uma família cristã, mas “auto-classifico-me” como agnóstica; não
me identifico com as apreensões específicas do artigo da Trina. Mas li o artigo até ao fim. E a minha brevíssima
conclusão é que se trata de uma opinião individual, resultante de uma reflexão interior,
de alguém que teve a coragem de a expressar e a virtude de o fazer de um modo
que considero assertivo.
E confesso que a questão que ela coloca no fim abriu
em mim um espaço para a minha própria reflexão interior.
Posto isto, fiquei num misto de tristeza e alegria: triste pela
agressividade expressa em alguns dos comentários, e contente pela constatação
de existirem pessoas como a Rita que, apesar das divergências de pensamento e
de crenças, têm a capacidade de dialogar sem atropelos. E de manter a vontade
de aprender com quem discordam.
Para seres pensadores com vontade de aprender, a comunicação
só se faz quando há alguém disposto a expressar a sua mensagem e alguém
disposto a receber essa mensagem.
Independentemente da análise de conteúdo e
das conclusões que tira para si próprio.