segunda-feira, setembro 10, 2012

PPPs: um exemplo de PQP

Segundo o site da Direção Geral do Tesouro e Finanças, numa secção intitulada "As PPPs em 7 questões", a resposta à questão 3 (Porque se lança uma PPP ) é:
"Constituem finalidades essenciais das PPP o acréscimo de eficiência na afectação de recursos públicos e a melhoria qualitativa e quantiativa do serviço, sendo aplicável a projectos cujo desenvolvimento requer, da parte dos parceiros, elevadas capacidades financeira, técnica e de gestão de recursos e a manutenção de condições de sustentabilidade adequadas durante a vida do contrato".

Ora, ouvi eu hoje, no programa "Olhos nos olhos", cujo convidado da semana foi Avelino Jesus, que:

  • A aplicação prática do modelo das PPPs, em Inglaterra é perfeitamente transparente: a divulgação de informação contém todos os elementos necessários a compreender os cálculos, ou seja, anexos com números (reais...).
  • Em Inglaterra chegaram à conclusão que, face a metodologias tradicionais de construção e exploração, o aumento de despesa da aplicação de um modelo de PPP numa concessão de uma rodovia é de 47%.
  • Adicionalmente, e também em Inglaterra, chegou-se à conclusão que 7% da despesa vai parar às mãos de consultores.
  • Repito: os intervenientes do programa afirmavam que, em Inglaterra, as coisas são transparentes.
  • Em Inglaterra, chegou-se à conclusão que o modelo das PPPs não traz vantagens, na prática.
  • Em Portugal, os relatórios não trazem anexos, ou seja, não há informação suficiente, com números, que permita uma análise imparcial e objetiva dos processos das PPPs associadas a rodovias (SCUTs e outras que tais);
  • Em Portugal existem trabalhos (doutoramento no ISEG)* que levam a valores de diferença entre custos reais das PPPs e custos previsíveis em metodologias tradicionais que ascendem a 80%. 80%... 80%!!
  • Volto a repetir a ideia de transparência dos 47% em Inglaterra contra os "presumíveis" 80% em Portugal, onde "um dos cd que foram enviados ao grupo [que reavaliava as PPPs] estava em branco
  • Quando refutado por certas e determinadas pessoas com argumentos do tipo "ah, mas sabe que há sempre derrapagens, mesmo em metodologias de construção/exploração tradicionais", Avelino Jesus responde com os dados de um mestrado, também do ISEG, que estudou (se não me falha a memória)* 164 casos de obras públicas deste tipo com derrapagens, entre 1999 e 2011. Média: 32%...

*  perdoem-me as ideias vagas, mas estou tão danada que nem consigo lembrar-me bem do que ouvi

O que resta dizer?

Talvez "fuck'em very much".
Ou melhor: Putas ao poder, que os chulos já lá estão... HÁ DÉCADAS!
(E os que já lá não estão, andam para aí a passear-se impunemente)

domingo, setembro 09, 2012

Jazz em blogue português


Com a assinatura de João Moreira dos Santos, aqui está um contributo que irei acompanhar sempre que possível:

http://jnpdi.blogspot.pt/