sábado, outubro 09, 2010

Comer Orar Amar

É tudo uma questão de equilíbrio.

Equilíbrio interior, equilíbrio com os outros, equilíbrio do Universo... no fundo, por muitas voltas que se dê, vai sempre dar a, simplesmente, equilíbrio.

À saída do cinema, ouvi expressões do tipo "mais do mesmo", "tanta volta para ir dar ao mesmo sítio" ou "haja paciência". Admito que o filme tenha demasiados elementos ditos "hollywoodescos" (cores muito vivas, quase tudo certinho, "onde é que ela vai buscar o dinheiro para tudo isto?" e por aí fora...), o que causa uma impressão de lhe faltar alma.

Mas a mensagem está lá.

Para quem a quiser compreender.

Para quem tiver a capacidade interior de a compreender.

Senti-me triste por me parecer que aquelas pessoas possam estar a deixar escapar a oportunidade de se deixar tocar ou, pelo menos, de questionar o que é que a autora do livro pretende transmitir, dando o benefício da dúvida ao filme e concentrando-se na mensagem em si.

Enfim...





Só uma nota final: o aparente completar do ciclo, que levou aos comentários referidos, fez-me lembrar um outro filme que me paira na memória de há muito para cá. "Primavera, Verão, Outono, Inverno... e Primavera", do realizador sul-coreano Kim Ki-duk.


Também a narrativa é aparentemente cíclica. E digo aparentemente, porque nada é cíclico: entre uma volta e outra há evolução, o que torna as coisas tridimensionais. Logo, em vez de um círculo, temos uma espiral. E um ciclo é, na verdade, uma volta da espira.

Nada regressa ao que era.
Mas em tudo há um equilíbrio a atingir.