
E o perder um amigo pode não ser perder a sua amizade. Pode, tão simplesmente, ser o perder da espontaneidade que uma relação tinha. O perder da doçura de um sorriso, da satisfação de um brilho no olhar, da surpresa de uma gargalhada inesperada, do prazer de uma demonstração de ternura ou de um gesto carinhoso de apoio incondicional. Pelo arrastar do tempo, pela mudança da atitude perante o nosso modo de ser, pela mudança na visão que se tem do outro ou do seu mundo, pelo somar de partidas que a vida nos prega, enfim… pelo instalar de um silencio incomodativo, que cai não se sabe de onde e se torna cada vez mais espesso, qual nevoeiro à beira-rio num dia abafado.
Mas, como ouvi num filme, os deuses invejam-nos porque somos mortais. Para nós, qualquer momento pode ser o último. E quem se apercebe dessa incerteza vê o mundo com olhos de ver, sente a Vida com a intensidade que ela merece. E até a mágoa faz parte da Vida. A saudade dos bons momentos só se sente porque esses momentos foram bons enquanto duraram e já não voltam mais. E não adianta querer com todas as nossas forças. Como diz a canção, “a saudade é como um barco, que aos poucos descreve um arco e evita atracar no cais…”

2 comentários:
Sr.ª Dona Mariana,
Pois é! É verdade! Conforme prometi, aqui estou eu no seu "belogue". Sim porque eu prometo...eu cumpro! Mais nada!
Em relação ao artigo propriamente dito, está muito bonito...fez-me reflectir...pensar.
Para finalizar deixou aqui um excerto de uma canção "take me away,to a place where the good times roll...don´t let me stay in a place where they´ll come and steal my soul"
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