As impressões que me ficaram do filme/documentário “Uma verdade inconveniente” não foram demasiado derrotistas. Aliás, grande parte do que foi dito não me surpreendeu. Não porque o soubesse de um modo científico, mas por somar 2+2 do que aprendi na escola e do que tenho ouvido, visto e lido nas diversas fontes de informação existentes actualmente.
Fui ver o filme com uns amigos. As opiniões divergiam entre “estamos todos lixados” e “aquilo soa-me a treta”. Concordo que o modo como foi montado e apresentado mais parecia uma campanha pró-Al Gore… Mas, convenhamos que, pelo menos para mim, o filme parece ter sido feito à medida do que eu entendo por “Norte-Americano Médio” (obviamente, EUA). Toda aquela panóplia de alarmismos e alegorismos, ilustrados através de gráficos extremamente simples e projecções de bonecos e ilustrações com carácter “naïf” e (achei eu) bastante redutor, servem, no meu entender, para levar uma mensagem de “Oh, God, what have we done?? We’re all seriously f…!!”. Senão, não funciona… Por isso, até acho que, para este tipo de público alvo, o formato e o conteúdo eram sofríveis.
Mas as impressões/considerações gerais que eu retenho do que vi resumem-se, basicamente, a:
Aspectos negativos
· A extrapolação dos dados não tinha em linha de conta, ao que tudo indica, as medidas que já se encontram, neste momento, a ser tomadas por uma grande parte do dito “mundo civilizado”.
· Não houve qualquer testemunho na 1ª pessoa por nenhum dos técnicos/cientistas que foram sendo citados ao longo do filme. Medo de represálias…? Há certamente pessoas que, tendo os seus nomes associados a movimentos que apoiem esta causa ou publicados em artigos que revelem os dados que foram expostos, estariam dispostas a colaborar numa iniciativa deste tipo, à escala global.
· A “martelada” acerca do que está desgraçadamente mal foi (estimo eu grosseiramente) cerca de 80 a 90% do tempo do filme, enquanto que a parte positiva, acerca do que se pode fazer, ocupou apenas uma pequena parte do final…
Aspectos positivos
· Foi apresentada uma lista de cidades dos EUA que já se encontram a seguir as directivas do protocolo de Quioto, não obstante o país em si não o ter ratificado. Eu, como não sabia disto, pensava que as coisas por lá estavam bem mais negras. Mas, se já há Estados a “puxar” para o lado certo, já é um começo…
· Embora escassas (como referi nos aspectos negativos), existem sugestões de como o cidadão comum pode ajudar a minimizar os efeitos do aquecimento global. O próprio filme refere que a batalha pode (e deve) ser travada pessoa a pessoa, cidade a cidade… Bom, talvez seja um pouco exagerado, mas grão a grão…
À laia de conclusão, posso dizer que, pelo menos, este filme teve a sua contribuição para pôr as pessoas a falar. Só espero que não passe de conversa!
Para quem quiser aceder ao site do filme: http://www.climatecrisis.net/
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