Há alturas em que me sinto triste, por dentro e por fora, uma tristeza pesada, densa, desamparada. Já não espero soluções. Grito ao vento em silêncio e não quero quem me responda: apenas preciso de alguém (ou algo) que me ouça as perguntas. Sem juízos. Sem compaixão. Sem piedade. Apenas que esteja presente. Que me escute. Sem retorno.
Nestas alturas, apetece-me enrolar-me toda sobre mim própria, e ficar muito quieta até que passe. São alturas em que sinto que preciso de me deixar afundar, tocar no lodo… para depois arranjar forças para, num impulso, voltar a subir. Sabendo que voltarei a descer, inevitavelmente. Mas com esperança que sejam descidas cada vez mais esporádicas, e cada vez menos fundas. E cada vez com mais força para me impulsionar para cima.
“A tristeza é uma coisa muito especial, de tão indefesos que ficamos diante dela. É como uma janela que se abre apenas quando lhe apetece. Mas abre-se um bocadinho menos de cada vez; e um dia, perguntamo-nos o que é que lhe aconteceu.” Arthur GoldenEsta é a minha esperança.
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